Infertilidade: o culpado!


Quem é o culpado pela infertilidade do casal?

Sob o ponto de vista puramente estatístico, aproximadamente 30% das causas são relativas ao gênero anatômico masculino, 30% ao feminino, 30% a ambos e, em 10% das ocasiões, não se consegue determinar uma causa (infertilidade sem causa aparente - ISCA).

Assim, as causas se distribuem igualmente entre os dois gêneros. E a pergunta continua sem resposta: quem é o culpado?

Seria melhor dizer: quem se sente culpado? Claramente, o problema da infertilidade envolve o casal como um todo, e se há alguma "falha" em um dos componentes, compete ao outro acolher, apoiar e trabalhar em conjunto, caminhando para a superação.

Ao lado do aspecto técnico que envolve os procedimentos utilizados de reprodução assistida (fertilização in vitro, inseminação, exames, etc), o caminhar para a gravidez atinge em cheio o ambiente psíquico dos casais. Além da culpa, podem  experimentar sentimentos de surpresa, negação, a raiva, isolamento e tristeza

Esses sentimentos são capazes de produzir alterações no relacionamento dos parceiros (redução do desejo sexual, incapacidade de orgasmo, impotência, dentre outros), e são agravados pela submissão aos exames, pelos efeitos colaterais da medicação utilizada, pela ansiedade e expectativa pelos resultados. O estresse é inevitável, e também acentua o desgaste psíquico dos casais.

Apesar das controvérsias sobre alguma eventual influência do fator psíquico no tratamento, é certo que influe negativamente no relacionamento do casal e pode transformar o tratamento num suplício, por vezes insuportável.

Nessa condição, o acompanhamento psicoterápico atenua  as asperezas, oferecendo um caminho mais sereno para atingir o objetivo.

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Paulo Cesar Teixeira Ribeiro - é psicólogo, voluntário do Setor Integrado de Reprodução Humana da UNIFESP e colaborador da Clínica Paulista de Medicina Reprodutiva  - www.blogdopsicologo.com.br


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