Fertilização in vitro sem injeções?


QUEM SE BENEFICIA?

Pacientes com baixa reserva ovariana, que não  respondem adequadamente à estimulação ovariana, tem como uma alternativa a utilização do ciclo natural, para inseminação intrauterina ou fertilização in vitro, Antes da existência da estimulação ovariana (decênio de setenta), essa era a única possibilidade, pois ainda não havia medicação para estimular os ovários. 

Pacientes nos quais o único caminho para gravidez é a fertilização in vitro, mas que têm problemas relacionados à coagulação do sangue, também encontram alternativa nesse tipo de ciclo.

COMO É FEITO

O procedimento, embora comporte variações, consiste em monitorizar o crescimento dos folículos ovarianos do próprio ciclo menstrual da paciente, por meio de ultrassom, sem utilização de medicamentos. Quando o diâmetro médio do folículo atingir entre 16 e 17 mm, é feita uma única aplicação de hCG,  que completa a maturação do óvulo e torna previsível a ovulação. Na fertilização in vitro, cerca de 35 horas após o hCG é realizada a captação cirúrgica do óvulo e sua fertilização.

PRÓS E CONTRAS

O ciclo tem a favor o fato de não usar medicação estimulante, com o que é reduzida ou nula a chance de efeitos colaterais induzidos pela medicação (desconforto, hiperestimulação ovariana,, dores abdominais e outros). Da mesma forma, como em geral cresce apenas um folículo, a chance de gêmeos ou mais é praticamente nula. 

No entanto, a taxa de cancelamento desse tipo de ciclo é maior que a do ciclo estimulado, principalmente porque pode não crescer um folículo adequado, pode não haver óvulo naquele folículo, ou o óvulo pode ser impróprio para fertilização. 

A taxa de gravidez por ciclo é menor do que a do ciclo estimulado (de 4 a 10% por ciclo): quanto menor a idade e menor o tempo de infertilidade, maior a chance de gravidez.

A opção pela realização deste tipo de ciclo depende, por um lado, de análise criteriosa de cada caso e, por outro, da disponibilidade da equipe médica e laboratorial, já que o ciclo é mais trabalhoso que o estimulado. Ainda hoje, é alternativa viável para obtenção de gravidez.

Hum Rep Upd 8(2), 2002, pg 129-39

Hum Rep 27(12), 2012, pg 3481-6

Fertil Steril 92(4), 2009,1297-301

Best Pract Res Clin Endocrinol Metab 33(1), 2019,35-45


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