...e quando "todos os exames" estão normais...?
Quando "todos os exames estão normais", e tudo o que é pertinente à elucidação diagnóstica foi solicitado e realizado, sem que haja esclarecimento da causa para a infertilidade do casal, então estamos na fronteira do conhecimento da Reprodução Humana.
É o que se chama infertilidade sem causa aparente (ou, abreviadamente, ISCA): o conhecimento técnico aplicável ao casal atingiu seu limite. A partir desse ponto, as alternativas diagnósticas pertencem apenas à esfera experimental, não devendo, por isso, ser aplicadas de modo geral.
É nessa ocasião que muitos casais, levados por fragilidade e desesperaça, tornam-se vítimas fáceis de “terapias” não reconhecidas cientificamente, que nada resolvem. É comum que o casal, nessa situação, procure “orientação” em fóruns da internet e no "Dr. Google”, alem de estar mais sensível a opiniões de amigos com problemas parecidos.
É, também, o momento em que o casal pede que se realizem “todos os exames possíveis”, na esperança de esclarecer o problema. Tornam-se, então, vítimas de exames de resultado discutível, por vezes seguindo a experiência de um casal amigo que fez o tal exame e obteve a gravidez.
Não faltarão também, nessa ocasião, elementos menos escrupulosos, alheios à área médica, oferecendo pretensas "soluções", aproveitando-se da fragilidade do casal.
E COMO RESOLVER?
Antes de tudo, a resolução passa pela confiança no seu médico assistente, e pelo compartilhamento do problema entre o médico e o casal, com honestidade e seriedade. Isto porque, muito embora não haja diagnóstico, há procedimentos médicos, de cunho prático e já testados, que podem ser realizados na infertilidade sem causa aparente, com potencial para que se alcance a gravidez.
Por
exemplo, se a histerossalpingografia mostrar, de modo indiscutível, tubas íntegras
e cavidade uterina normal, e o espermograma também tiver parâmetros
normais, o primeiro processo passivel de utilização é a inseminação intrauterina
(colocação de espermatozoides dentro do útero, no período próximo da ovulação).
Se a gravidez ainda não ocorre, após duas ou três inseminações intrauterinas
bem feitas, então é o momento de se cogitar na utilização da fertilização in
vitro.
Os dois procedimentos aumentam a probabilidade de gravidez, fato confirmado na prática clínica. As explicações para este aumento na taxa de gravidez são as mais variadas, sem que haja conclusão satisfatória até o momento.
Como o conhecimento da Reprodução Humana ainda é limitado, acredita-se que esses procedimentos possam corrigir algumas dificuldades ainda não evidenciáveis por meio de exames.
Seja qual for a explicação, as bases do sucesso numa situação desse tipo são a conduta reta do médico tecnicamente bem preparado, associada à confiança do paciente.
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