ICSI aumenta chance de malformações no feto?
Na gravidez natural, os espermatozóides depositados na vagina “caminham” pelo útero e tubas, até encontrarem o óvulo (oócito). Nessa “caminhada”, muitos são eliminados pelo organismo feminino, acreditando-se que apenas os mais “fortes” sejam selecionados e cheguem ao óvulo, e apenas um irá fertilizá-lo.
Quando se realiza a injeção do espermatozoide no óvulo (ICSI), a seleção é feita pelo olho do observador, levando em conta a motilidade e a morfologia do espermatozóide. Será que o olho do observador é tão bom quanto a “seleção natural” do espermatozóide?
As pesquisas procuram comparar as taxas de malformações de bebês provenientes de ICSI com aqueles provenientes de gravidez natural e, de início, essas taxas foram semelhantes.
Mais recentemente, foi possível mostrar que os bebês provenientes de ICSI apresentam chance maior de terem defeitos circulatórios e urogenitais. Mesmo assim, essa chance é pequena, variando de 1,9 a 3,3%.
Devemos ter em conta que estamos comparando casais sem problemas de reprodução com casais inférteis, e a causa da infertilidade também pode estar envolvida na ocorrência dessas malformações.
Dessa forma, embora a questão ainda não tenha uma resposta definitiva, parece haver uma evidência de que o procedimento in vitro, se é que promove aumento da taxa de malformações, essa taxa é pequena.
Seja como for, gravidez natural ou reprodução assistida, sempre haverá algum risco, mesmo que pequeno, da concepção de um bebê que possa ter alguma malformação. E a pergunta real, que o casal deve responder, é: estamos dispostos a aceitar esse risco, em troca da imensa felicidade que é ter o nosso bebê?
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